De 5 a 8 de dezembro, o Grupo Corpo apresenta Gil Refazendo e Benguelê, no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. A temporada é uma oportunidade única para assistir a uma das mais prestigiadas companhias de dança brasileira, reconhecida mundialmente e que celebra dois grandes artistas da MPB: Gilberto Gil e João Bosco.
O programa abre com Gil Refazendo. Com 40 minutos de duração, o espetáculo inspirado na música de Gilberto Gil passeia por temas brasileiros e ancestrais, com a coreografia de alta intensidade, assinada por Rodrigo Pederneiras. Após intervalo de 20 minutos, os bailarinos voltam ao palco para um novo encontro entre África e Brasil, desta vez encabeçado pela música de João Bosco com Benguelê. Tão ritualístico quanto festivo, o balé, com 41 minutos de duração, esbanja vigor e potência criativa.
GIL REFAZENDO
A coreografia é de Rodrigo Pederneiras, com Música de Gilberto Gil, cenografia e iluminação, Paulo Pederneiras e figurino: Freusa Zechmeister.
A cenografia se apoia numa imagem de fundo em milimétrico movimento. “São imagens em zoom de girassóis que lentamente voltam à vida”, conta Paulo Pederneiras. Vestidos de linho em tom cru – moças de camisa sobre uma malha de duas peças, rapazes de calça e camisa de corte casual – os bailarinos dançam sob a luz “branca e simples”, diz Paulo. Na música, surgem frases e temas de canções de Gilberto Gil – retrabalhadas, mas perfeitamente reconhecíveis nas suas variações, sobre tambores ancestrais, distorções do aparato eletrônico, afoxé, modinha, berimbau e um naipe de sopros de pegada jazzística.
BENGUELÊ
Estreou em 1998, com coreografia de Rodrigo Pederneiras, música de João Bosco, cenografia, Fernando Velloso e Paulo Pederneiras, figurino, Freusa Zechmeister e iluminação, Paulo Pederneiras.
Negro, árabe, indígena; popular e erudito; oceânico e desértico. E intenso. A peça musical de João Bosco, artista mineiro e universal como é o Grupo Corpo, transita pela miscigenação amorosa do Brasil a partir do jongo eternizado em 1965 por Clementina de Jesus (a canção “Benguelê’, de Pixinguinha e Gastão Vianna), que surge em arranjo a capela.
São onze temas especialmente criados (ou recriados) por Bosco, iluminados pela Mãe África e enriquecidos pelas influências cruzadas em uma festa brasileira. A saudade do chão natal, porém – o banzo – é uma origem possível da palavra que dá título ao balé: a fusão de Benguela, região situada ao sudoeste de Angola, com o fonema lê – em quimbundo, nostalgia, saudade.
Se nos primeiros três quartos do espetáculo, o rito afro, o jogo de roda, a quadrilha, os cortejos e as danças dos devotos se misturam, no palco e nos ouvidos, o final é pura festa, com a coroação do Rei do Congo explodindo em cores e alegria.
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SERVIÇO: GIL REFAZENDO E BENGUELÊ
Cine Theatro Brasil
Av. Amazonas, 315
5 a 8 de dezembro
quinta a sábado, 20h • domingo, 18h
Ingressos: R$ 39,80 [inteira]; R$19,90 [meia] Vendas: www.eventim.com.br Classificação indicativa: livre Duração: 1h41 (com intervalo de 20 minutos)